
A princípio, poderíamos pensar que nossos sofrimentos advém de nossos pensamentos racionais. Mas não é bem assim. Quantas vezes, por exemplo, nos pegamos sentindo algo que nos causa desconforto, angústia, tristeza ou até mesmo alegria e muitas vezes não temos a menor ideia do motivo pelo qual tal afeto nos pega de surpresa ? A grande verdade é o afeto que não traduzimos por meio de palavras toma dois destinos. Ele se direciona para nossos pensamentos, que insistem, que nos invadem e sobre os quais não temos o menor controle. Por mais que possamos nos esforçar para deixar de pensar sobre algo, mais ele persiste em nos visitar. O outro destino é o nosso corpo, um verdadeiro palco onde depositamos toda a sorte de doenças que produzimos advindas do nosso complexo psiquismo.
A mundo capitalista mercantiliza a concepção de felicidade. Consuma e seja feliz! Eis o seu lema e consequentemente cala aquilo que nos é mais singular: a nossa subjetividade. Quanto maior espaço para o consumo, menor o espaço para o encontro da nossa subjetividade. O que chamo de delicadeza nada mais é do que esse movimento peculiar que está cada vez mais perdido e assim, nos desconectamos cada vez mais de nós mesmos. Onde estamos que não nos localizamos dentro de nós ?
Em breve, estaremos ministrando um debate sobre o tema no nosso espaço.